DICAS PARA INICIANTES

 

Esta página é destinada àqueles que desejam conhecer um pouco mais a respeito do Plastimodelismo e tê-lo com hobby.

Para tanto, reunimos aqui as dúvidas e perguntas mais freqüentes.

 

O que é o Plastimodelismo?

 

É a modalidade de modelismo que busca a reprodução fiel de objetos sem a preocupação com o movimento, diferentemente de outras modalidades como o Aeromodelismo, o Automodelismo, o Nautimodelismo e o Férreomodelismo onde a dinâmica é o objetivo principal.

 

Qual o modelo ideal para iniciantes?

 

De um modo geral a maioria dos kits industrializados segue o mesmo princípio: um conjunto de partes plásticas que devem ser montadas seguindo um manual de instruções. O que varia é o número de partes e a escala ( ver abaixo) do modelo, que resultarão em tamanhos e complexidade variados.

Assim, não há como definir kits "ideais" para quem deseja iniciar, mas o bom senso manda que se escolham modelos com menor número de partes e com preços mais baixos para que as primeiras tentativas possam ser feitas de maneira menos compromissada.

 

O que é a escala?

 

A escala de um modelo é o número de vezes na qual ele está reduzido. Assim um automóvel na escala 1/25 será 25 vêzes menor do que o real em todas as suas dimensões. Por isto não se deve confundir escala com "tamanho" pois o mesmo objeto pode ter "tamanhos" diferentes quando reduzido em escalas diferentes.

 

Os kits já vem completos com tinta e cola?

 

À exceção de alguns poucos modelos, a grande maioria dos kits comercializados não incluem colas ou material de pintura, os quais devem ser adquiridos à parte. O modelo é geralmente composto pelas partes plásticas (em "árvores"), decais e manual de instruções.

 

O Kit Plástico em sua apresentação básica.

 

Quais as tintas para pintar um modelo?

 

Em geral os fabricantes incluem no manual de instruções um guia de pintura e aplicação de decais, onde são também indicadas cores para a pintura do modelo. Entretanto, cada fabricante possui uma linha própria de tintas as quais são referenciadas pelos números de cada marca, o que muitas vezes confunde o modelista, em especial o iniciante. É recomendável uma boa pesquisa paralela através de literatura especializada, vídeos, internet ou mesmo ao vivo quando possível, para que se conheça melhor o modelo que se está construindo e suas características de pintura. Conhecer a cor é muito melhor do que conhecer a referência ou o nome da tinta de cada fabricante.

 

Como começar no hobby?

 

Para quem deseja iniciar a prática do Plastimodelismo é importante levar em conta alguns aspectos fundamentais.

Inicialmente, é um hobby que demanda algum tempo, habilidade e investimento. Quando um destes elementos não está disponível, o resultado final certamente será prejudicado.

 

Noções básicas

 

Objetivos do Plastimodelismo

 

O objetivo primordial em se ter um hobby é o de utilizar o tempo livre de forma agradável e relaxante. No Plastimodelismo este tempo é também usado de forma construtiva visto que a reprodução de modelos em escala requer bastante criatividade e pesquisa na busca da fidelidade ao elemento original.

Há duas maneiras distintas de se considerar a prática do Plastimodelismo:

 

a) Como passatempo apenas: Neste caso não há comprometimento com a fidelidade em detalhes, acabamento do modelo ou técnicas construtivas mais avançadas. Somente a construção do kit por si só em seus elementos básicos será suficiente para que o objetivo de passar algumas horas com um entretenimento saudável será facilmente atingido. Muitas vezes o praticante sequer utiliza a pintura em seu modelo já que apenas o ato de montar as peças como um quebra-cabeças tridimensional será satisfatório. Modelos simplificados podem ser uma ótima alternativa nesta escolha visto que demandam menor esforço em sua construção.

 

b) Como modelismo histórico: Ao iniciar a prática do Plastimodelismo como reprodução de elementos históricos o modelista precisará então dedicar um bom tempo da preparação de seu modelo em uma boa pesquisa que servirá de base para a escolha dos elementos a serem representados em sua réplica. A fidelidade da reprodução é resultado direto desta pesquisa, que além de dar os subsídios para a confecção do modelo vai também indicar as alterações, adições ou subtrações necessárias para que o kit possa ser considerado uma boa réplica. Em muitos casos há necessidade de modificações mais profundas para que se possa obter a peça desejada a partir de um modelo disponível no mercado. Nesta opção o cuidado com a montagem e acabamento também são fundamentais, requerendo técnicas mais avançadas e um instrumental mais específico para que um bom trabalho possa ser realizado.

 

Tipos de Modelos:

 

a - Kits injetados: Os mais comuns no mercado, compostos de peças de poliestireno moldadas através da injeção do material em moldes industrializados.

b - Kits vac-form: Moldados a partir de chapas de poliestireno aquecidas. Requerem um maior trabalho na execução pois as peças precisam ser removidas da placa e preparadas antes de iniciar a montagem propriamente dita.

c - Kits em resina: Moldados em geral em formas de borracha de silicone a partir de matrizes esculpidas. Tem em geral o custo mais elevado e a produção em pequena escala. Muito utilizados para conversões de modelos injetados.

d - Kits multimedia: Combinam duas ou mais das alternativas anteriores, muitas vezes incluindo também peças em metal e são indicados para modelistas mais experientes, pois muitas vezes requerem também a construção de partes.

 

A escolha do modelo

 

Certamente a atração maior por um tema ou outro é a base da escolha, mas elementos tais como a complexidade do kit e a disponibilidade de espaço devem ser levados em conta ao decidir por um ou outro modelo quando se pretende iniciar uma coleção.

Também se deve ter em mente que os primeiros trabalhos certamente não irão atingir um grau de acabamento elevado justamente por este estar diretamente ligado à experiência do modelista, a habilidade adquirida e o instrumental utilizado, não devendo portanto este fator ser desestimulante para a continuidade do hobby.

 

Instrumentos básicos para a construção de modelos

 

A maioria dos equipamentos necessários podem ser encontrados dentro de casa servindo à funções diversas. Outros tantos podem ser adquiridos com facilidade com baixo custo no comércio regular. Para os mais específicos as lojas de modelismo podem contribuir com inúmeras opções.

Para a montagem básica de um modelo são necessários:

- Cola para Poliestireno, Fita adesiva (durex),  Lixas d’água (granaturas 320, 400, 600, 1000),  Tesoura, Massa plástica tipo "putty", Tintas e pincéis diversos (largos e finos)

 

 Ilustrados ao lado:

1 - Estiletes

2 - Serra fina

3 - Alicate bico fino

4 - Alicate de corte

5 - Pinças pequenas (pontas chatas e finas)

6 - Brocas finas

7 - Prendedores e pegadores

8 - Limas de metal

 

 

Sugestões para o processo de montagem

 

- Estude o modelo antes de iniciar qualquer remoção de peças das barras.

- Remova as peças por etapas de montagem procurando ajustá-las antes de proceder a colagem.

- Execute sub-montagens e permita a perfeita cura da cola antes de prosseguir.

- Procure verificar a necessidade de pintura de partes que possam ter seu acesso dificultado na montagem final antes de seguir com sua instalação.

- Observe o alinhamento das partes durante a colagem e ajude a fixação com fita adesiva para minimizar as frestas entre as peças.

- Aplique cola com moderação nas áreas a serem coladas evitando que esta escorra para as superfícies do modelo e as danifique.

- Não utilize cola de poliestireno ou cianoacrilato nas peças transparentes pois o dano pode ser permanente. Para estas utilize cola a base de PVA (cola branca).

- Faça os reparos necessários onde ocorram frestas utilizando massa plástica e após a completa cura desta, realize o acabamento com lixas d’água.

- Limpe o modelo com detergente e água antes de iniciar a pintura, retirando assim a gordura do manuseio durante a montagem.

- Finalmente, NÃO TENHA PRESSA! Quanto mais tempo gasto na preparação das partes e no processo de montagem, melhor será o resultado de seu trabalho.

 

  

O modelo com a construção iniciada e montado sem pintura.

 

Sugestões para o processo de pintura

 

Normalmente os modelistas iniciantes não dispõem de equipamentos de pintura como aerógrafos e compressores, razão pela qual a pintura a pincel é usualmente o caminho escolhido para o acabamento dos modelos.

Para esta, algumas recomendações podem ser feitas:

- Como dito anteriormente, pesquise as cores do modelo que está construindo. Isto se consegue através de livros, vídeos, internet, etc. Muitas vezes as indicações dos manuais do kits são simplificadas ou até mesmo incorretas, pois adaptam cores disponíveis do fabricante ao modelo a ser reproduzido.

- Escolha tintas compatíveis com o uso a pincel. As mais recomendadas são aquelas à base de Esmaltes Sintéticos pois possuem mais elasticidade na aplicação com pincel. As tintas Acrílicas, mais recomendadas para o uso com aerógrafos, embora tenham a vantagem de uma secagem mais rápida e menos cheiro, por sua consistência à base de água tornam-se mais difíceis na homogeneização com pincel, resultando neste caso comumente em superfícies irregulares e/ou manchadas. Podem entretanto ser usadas sem problemas na pintura de pequenas partes, mesmo com pincel.

- A pintura com tintas foscas, embora reproduza de forma mais direta o acabamento dos modelos militares traz um problema quando da aplicação dos decais, cuja aderência fica prejudicada, além do desagradável aspecto de "prateamento" causado pelo ar sob o filme do decal. Como solução a aplicação de um verniz brilhante, ou mesmo a pintura geral com tintas brilhantes como base para os decais e o posterior cobrimento com um verniz fosco ou semi-brilho tendem a resolver esta questão de acabamento.

 

Aerografia

 

Até pouco tempo o uso de aerógrafos era dificultado pelo custo dos equipamentos. Atualmente, com o barateamento dos modelos, é possível começar a usar aerógrafos desde o início pois sua aplicação possibilita um salto enorme na qualidade dos modelos, já que permitem o uso de todas as linhas de tintas, além de vernizes e metalizadores.

Com um pouco de prática, qualquer modelista pode rapidamente se familiarizar com o aerógrafo e suas particularidades, que vão desde a cobertura de grandes áreas com acabamento perfeito, execução de linhas finas reproduzindo camuflagens do tipo "soft" (esfumaçadas), efeitos metálicos e desgastes do tipo poeira e ferrugem.

A aplicação de vernizes de cobertura também é muito facilitada pela fina camada aplicada que evita o comum "branqueamento" causado pelo excesso de verniz (em particular o fosco) quando aplicado com pincel.

Os aerógrafos se caracterizam pelos seguintes tipos:

- Mistura Externa: Quando a tinta é vaporizada por diferença de pressão através de um pequeno cone à frente da saída de ar.

- Mistura Interna: Quando a tinta é conduzida no corpo do aerógrafo através de uma "Agulha" para o bico de saída.

- Ação Simples: Quando a agulha é regulada externamente para o tipo de linha desejada.

- Ação Dupla: Quando o mesmo botão que libera o ar também comanda a abertura da agulha e conseqüente espessura de traço.

Importante salientar que todo o aerógrafo necessita uma fonte de ar comprimido, preferencialmente um compressor com reservatório, regulador de pressão (Manômetro) e filtro de umidade.

A limpeza perfeita do aerógrafo é fundamental para seu bom desempenho. Sempre a faça logo após o término do trabalho, pois a demora em limpar o equipamento pode trazer danos e impedir o funcionamento posterior. Aerógrafos são equipamentos de precisão e devem ser tratados com tal, evitando batidas e quedas que podem danificar partes fundamentais.

As diluições de tinta devem ser feitas de forma que a viscosidade de cada uma seja própria para o acabamento que se deseja obter. Não há fórmula fixa (percentual) para a diluição de tintas. Assim, quanto mais fino o traço desejado, maior será a diluição necessária, associada à uma menor distância do objeto e à uma pressão de ar compatível (normalmente nunca maior do que 10lb). Para áreas maiores, como a distância do objeto será também maior, um aumento de pressão é recomendado, ficando entre 15 e 18lb, dependendo da característica da pintura.

 

A Aplicação de Decais

 

As marcas características de cada modelo são usualmente reproduzidas em folhas de decais cuja aplicação deve ser feita com água.

Não remova todos os decais da folha, mas somente à medida do necessário para evitar perdas.

Mergulhe com a ajuda de uma pinça o decal na água por alguns segundos e o coloque numa superfície plana aguardando que solte do papel da base. Quando isto acontecer, deslize a figura para a superfície do modelo, posicionando-a com o dedo e em seguida removendo o excesso de água com um lenço de papel.

Os decais geralmente ainda permitem algum ajuste enquanto úmidos, mas não devem ser forçados sob o risco de serem partidos irremediavelmente.

Deixe os decais secarem por algumas horas antes de prosseguir no manuseio do modelo.

 

Acabamentos Finais

 

Modelos são mais realistas quando apresentam características de uso, como sujeira, desgastes de pintura, etc.

Para tanto inúmeras técnicas são utilizadas, mas estas requerem uma prática maior e uma busca mais detalhada do que a proposta desta página.  Novamente a leitura de bons livros e revistas e a visualização de trabalhos executados por modelistas mais experientes será de grande ajuda.

 

 

Escapamentos e marcas de desgaste                        Representação de barro e poeira      

(Modelo por Rogério "Rato" Marczak)                                      (Modelo por Flavio Azevedo)       

 

A Exposição do Modelo

 

Por sua fragilidade inerente o modelo plástico deve ser exposto de forma a não ser atingido pelo pó e principalmente pelas mãos dos mais curiosos, que invariavelmente causam danos às obras dos modelistas.

Assim, uma estante com vidros, ou pequenos displays individuais (em vidro ou acrílico) são altamente recomendáveis para proteger sua coleção de "obras primas".

 


 

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