Fokker D.VII (Kit Revell 4177) 

Escala 1/72

 

Por: Flavio Azevedo

Fotos: Heliandro Abreu Rosa

 

Embora não se trate de um modelo novo (o molde tem certamente mais de 30 anos!) o kit Revell do Fokker D.VII na escala 1/72 ainda pode ser considerado razoável, mesmo para os padrões atuais. É claro que a idade da matriz logo aparece em algumas partes do kit que são imprestáveis, como o par de metralhadoras Spandau e as rodas, além de ter um interior completamente vazio (supostamente para ser preenchido com uma figura grotesca de piloto incluida no modelo). Mas em linhas gerais é uma boa representação deste famoso biplano, e com alguns melhoramentos pode se tornar uma bela miniatura.

A moldagem é feita normalmente em plástico branco e a folha de decais, na última edição da Revell Alemã permite a construção de 3 aeronaves diferentes, uma com pintura azul, vermelha e branca, uma toda em branco (Goering) e outra com a camuflagem em losangos. Esta, particularmente é um desafio ao modelista, pois apenas foi impressa a demarcação dos losangos, sem côr, o que requer realizar a pintura individual em 4 ou 5 côres de algumas centenas de losangos! Certamente a solução para quem deseja representar este tipo de camuflagem é adotar as folhas de decais neste padrão disponíveis no mercado.

 

A Aeronave e o Ás

 

O Fokker D.VII foi um dos aviões mais utilizados pela Alemanha ao final da Primeira Guerra Mundial. Sua construção robusta e ótima manobrabilidade causava grande admiração entre os pilotos que o utilizaram.

Um destes foi o então Rittmeister Hermann Goering, que alguns anos depois viria a se tornar Marechal do Ar na Luftwaffe de Adolf Hitler, sendo uma das figuras de maior poder na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

Seu avião, pintado inteiramente em branco, fazia parte do Jagdgeschwader 1 (Flying Circus) em 1918.

 

O Modelo

 

O kit Revell é bastante básico, sem maiores detalhes internos ou externos. A superfícies são moldadas num padrão "corrugado" na intenção de "imitar" o revestimento de lona. O melhor a fazer é lixar e deixar o mais liso possível. As estruturas de suporte das asas e do trem de pouso são um pouco grosseiras. No caso dos "N" externos o caminho é uma reconstrução total com perfis de poliestireno, mais adequados à escala. Já as do trem de pouso, podem ser afinadas com um pouco de lixa e paciência.

Para as rodas, a solução é utilizar novos cubos e pneus, copiados a partir de originais melhores.

A montagem começa pela construção de alguns detalhes internos, como o assento, manche e alguns instrumentos de vôo.Fechada a fuselagem a asa inferior pode ser instalada, bem como a superfície triangular dos profundores. Neste momento é hora de acertar as estruturas de sustentação da asa superior, fixando as externas ("N"s) na asa superior e as centrais na fuselagem, tomando o cuidado para que o alinhamento da asa fique correto para a colagem após a pintura.

A estrutura do trem de pouso pode ser colada à fuselagem, deixando apenas as rodas em separado.

Com base em plantas do avião, foi feita a furação na fuselagem para a saida dos cabos de controle do leme e profundores. Os atuadores nestes, podem ser adicionados com poliestireno, cortado em forma de pequenos triangulos, tambem instalados nos alerons da asa superior.

As metralhadoras incluidas no kit são descartáveis. Neste modelo foi feita a substituição por um par de fotogravados Eduard e ajustadas para a colocação na espera do kit, que necessita algum preenchimento com poliestireno. Também um preenchimento é necessário para a instalação da parte visível do motor, onde alguns pequenos detalhes podem ser acrescentados para maior realismo. A hélice, após removidas as rebarbas, pode ser utilizada sem problemas sendo que no caso do avião representado a ponta do cubo foi substituida por uma esculpida em poliestireno seguindo as referências encontradas.

 

O Acabamento

 

Para a pintura deste modelo foi aplicada uma demão geral de fundo (Gunze Surfacer 1000) e após, várias demãos finas de branco brilhante Tamiya (X-02), cujo brilho não é excessivo e reproduz com bastante fidelidade o acabamento original, sem a necessidade da utilização de vernizes.

As insignias, por sua simplicidade (cruzes pretas), foram executadas com tiras de decal preto, que tem a vantagem de não possuir o filme em excesso que normalmente prejudica a instalação em superfícies irregulares, como é o caso deste modelo.

A aplicação foi feita com auxilio de Micro Set e Micro Sol para uma perfeita aderência e conformação à superfícies.

Para ressaltar as linhas das superfícies móveis, foi utilizado lápis tipo "aquarelável" côr cinza, e na grade do radiador dianteiro o mesmo lápis, porém na côr preta.

Concluidas estas etapas, foi feita a colocação dos cabos de comando das superfícies móveis, utilizando "stretched sprue", ou seja, barras de poliestireno aquecidas e esticadas até a espessura desejada. Da mesma forma foram colocados os tensores do trem de pouso e das superfícies horizontais dos profundores.

Por fim, a pintura da hélice foi feita com esmaltes sintéticos em tonalidades de marrom, mescladas com diluente para imitação dos veios da madeira.

Como última etapa, a instalação da asa superior colada com cianoacrilato às estruturas previamente acertadas .

 

 

 

 

Conclusão

 

Embora apresente falhas decorrentes da idade da matriz, o modelo Revell (Ref.4177) pode representar de forma muito aceitável o biplano Fokker D.VII. Com algumas adições, pode ser bastante melhorado resultando numa bela réplica do famoso avião.

Para os entusiastas da aviação da Primeira Guerra, é uma peça fundamental na coleção.

 

 

Referências:

 

Aircraft In Action No.166 - Squadron/Signal Publications

Windsock Datafile No 9. - Albatros Productions

 

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